5 erros mais comuns na Declaração do Imposto de Renda

A Declaração do Imposto de Renda é uma obrigação anual para milhões de brasileiros, mas muitos ainda cometem erros que podem gerar dor de cabeça com a Receita Federal — incluindo cair na malha fina ou pagar mais impostos do que deveriam. Entender os erros mais comuns e como evitá-los é fundamental para garantir uma declaração correta, tranquila e segura. Mesmo pequenas falhas podem atrasar a restituição ou levar a multas. Por isso, vale a pena estar atento.

CONTABILIDADE

Wellen Dondon

5/17/20256 min read

Por que ter atenção redobrada?

A Receita Federal faz um cruzamento de informações com bancos, empresas, instituições financeiras, planos de saúde, cartórios, entre outros órgãos. Isso significa que qualquer dado incorreto ou omisso é facilmente detectado pelo sistema. Se houver inconsistências, sua declaração pode ser retida na malha fina, exigindo retificação, e em alguns casos até apresentação de documentos ou pagamento de multa.

Portanto, é essencial declarar tudo com cuidado, reunir todos os documentos certos e, sempre que possível, contar com o apoio de um contador especializado.

Omissão de Rendimentos

Um dos erros mais comuns é esquecer de declarar rendimentos de todas as fontes. Isso inclui trabalhos formais, de registro CLT, informais, autônomos, aluguéis recebidos, pensões alimentícias, rendimentos de dependentes e aplicações financeiras. Muitas vezes, a pessoa acha que valores pequenos não precisam ser informados, mas tendo a obrigatoriedade, todos os valores são necessários. O cruzamento de dados é cada vez mais automático.

Por isso, o cuidado começa antes do preenchimento: junte todos os informes de rendimentos enviados por empresas, bancos e corretoras. Se você recebeu pensão ou alugou um imóvel, tenha registro de tudo. Lembre-se: até rendimentos isentos, como bolsas de estudo ou indenizações, devem ser declarados — mesmo que não gerem imposto.

Erro na Inclusão de Dependentes

Colocar dependentes na declaração pode aumentar a restituição, pois cada dependente já possui um valor de dedução e ainda permite deduzir gastos com educação, saúde, entre outros. Mas é aqui que muita gente tropeça. O erro mais comum é incluir dependentes que não se enquadram nas regras da Receita Federal ou declarar a mesma pessoa em duas declarações diferentes — por exemplo, o filho ser dependente na declaração do pai e também na da mãe. Isso gera inconsistência e quase sempre leva o contribuinte para a malha fina.

Quem pode ser dependente na declaração? É necessário ter comprovação de relação de dependência. Filhos de até 21 anos (ou até 24, se estiverem na universidade), cônjuge, além de pais, avós ou irmãos desde que comprovem dependência financeira. Em casos de guarda compartilhada, apenas um dos responsáveis pode declarar a criança como dependente — e a dedução da pensão alimentícia só é aceita para quem paga, não para quem recebe (um detalhe importante, é que na declaração de quem paga, o filho vai como "alimentando" e não como "dependente").

Também é comum esquecer de declarar os rendimentos do dependente. Por exemplo, se o filho estagiou, teve bolsa ou rendimento de pensão alimentícia, tudo isso entra na declaração de quem o incluiu como dependente. Não declarar esse rendimento é uma das principais causas de malha fina.

Uma boa prática é verificar, caso a caso, se vale a pena mesmo incluir um dependente. Às vezes, o rendimento dele é alto e pode até reduzir a restituição da sua declaração. Por isso, muitos contadores simulam as duas opções: com e sem o dependente.

Despesas Médicas sem Comprovação

Despesas médicas são uma das deduções mais vantajosas, pois não têm limite de valor. Mas justamente por isso, são um dos principais focos de fiscalização. Não basta anotar valores aproximados: é preciso ter nota fiscal ou recibo com o CNPJ ou CPF do prestador de serviço, nome do paciente, valor e forma de pagamento. A Receita pode pedir esses comprovantes por até cinco anos depois da entrega da declaração.

Exemplos que geram problemas: declarar procedimentos estéticos que não têm laudo médico; somar despesas de parentes que não são dependentes; ou inflar valores que não condizem com a realidade. Se algo for contestado e não houver comprovação, o contribuinte pode pagar multas e juros sobre o imposto que deixou de pagar.

Exemplos de despesas médicas que são dedutíveis: consultas, exames, terapias, plano de saúde, entre outros.
Além de despesas médicas, despesas com educação também são dedutíveis, como escolas particulares, faculdades, cursos, entre outros.

Valores Incorretos em Bens e Dívidas

A ficha de Bens e Direitos é uma das mais delicadas — e uma das que mais gera confusão. Muita gente pensa que deve atualizar o valor de imóveis e veículos pelo valor de mercado atual, mas o correto é manter o valor de aquisição, ou seja, o valor que foi pago na compra.

Quando um imóvel é comprado financiado, o contribuinte deve declarar ano a ano apenas a soma das parcelas pagas até 31 de dezembro do ano calendário. Não se declara o saldo devedor total. Por exemplo: se comprou um apartamento de R$ 400 mil, mas pagou R$ 50 mil de entrada e R$ 20 mil em parcelas até o fim do ano, o valor informado deve ser de R$ 70 mil — não o valor total do contrato.
Um detalhe que também deve atenção, em casos de bens que são adquiridos com participação de duas ou mais pessoas, por exemplo, um casal que comprou um apartamento juntos, o mesmo deve ser preenchido somente em uma das declarações, acrescentando nas observações da ficha, que o imóvel possui participação de 50% com o nome completo e CPF da pessoa.

Outro erro comum é não declarar bens herdados corretamente. Bens recebidos por herança devem constar como transferência por doação ou herança, usando o valor da partilha. Se vender depois, o lucro precisa ser calculado sobre esse valor.

Carros, motos e barcos também precisam ser informados com valor de aquisição. E atenção: se vender um veículo, é obrigatório dar baixa, informando quem comprou e por quanto — isso evita o cruzamento de informações entre comprador e vendedor cair na malha fina

Escolher o Modelo Errado de Declaração

Muita gente preenche correndo e aceita o modelo simplificado sem saber do completo, ou qual modelo seria mais vantajoso. O modelo simplificado usa um desconto padrão de 20% sobre a renda tributável, até um teto. Já o completo permite abater tudo o que tiver direito: despesas médicas, educação, dependentes, pensão, previdência privada.

Quem tem poucas despesas costuma se beneficiar do simplificado. Já quem tem muitos gastos dedutíveis pode ter restituição maior no modelo completo. O ideal é contar com a ajuda de um contador para simulação dos dois cenários antes de enviar.

Dica Bônus: Declare com Antecedência

Deixar para a última hora aumenta as chances de erros. Separar documentos, reunir comprovantes e revisar tudo com calma evita sustos de última hora. Sempre que tiver dúvidas, busque a ajuda de um contador.

Declarar o Imposto de Renda de forma correta é um dever que exige atenção, organização e, muitas vezes, ajuda especializada. Evitar erros é a melhor forma de não cair na malha fina, garantir sua restituição mais rápido e evitar multas desnecessárias.

A WD Finance Contabilidade está pronta para ajudar você a declarar seu IR com segurança, rapidez e total suporte online. Conte com um atendimento personalizado para não correr riscos e ficar em dia com a Receita.

Se precisa de ajuda agora, entre em contato.